Uma regra imposta, por mais simples que seja, desperta em nós a vontade de a contornar. Faz parte do ser humano o desejo de quebrar regras.
Imaginem como seria se alguém vos dissesse que a partir de agora, durante as próximas 6 horas (ou mais) não pudessem comer nem beber. E isto sem um pré-aviso: ie, não foi dada a oportunidade de matar a sede ou a fome (ptt, eventualmente já estão com sede e/ou fome!).
Pois bem, isto acontece a todos os doentes que vão ser operados. Uns estão mais preparados do que outros (cirurgia programada vs não programada). Para além do pensamento "oh não, vou ser operado", há o "não podes beber" e o "não podes comer". Ora, todos nós sabemos que quando estamos nervosos queremos comer...ptt, tudo o que posso imaginar é um terrível compasso de espera até à hora da cirurgia..
(espero até agora estar a fazer algum sentido - sinto que perdi a prática em blogar :P )
Porque trago eu este tema ao blog? Por causa da Dona D.: uma senhora que ia ser operada ao seu colo do fémur. Tadita, velhota (bem velhota), já meio desorientada, encontrava-se deitada na sua cama quando um vozeirão lhe gritou: dona D., agora NÃO pode beber NEM comer! NADA! Nem um gole de água!
Se a dona D. compreendeu? Não sei. Mas posso garantir-vos...compreendendo ou não: NÃO se pode deixar uma garrafa de água na mesa de cabeceira de um doente que NÃO pode beber água....
Senão acontecem coisas como estas: dona D. não foi operada nesse dia porque foi apanhada a bebericar água...