Finalmente um lugar, um esboço do futuro que se avizinha, finalmente sei que não ficarei longe dos meus. Finalmente!!
Este finalmente não surgiu no dia da escolha da especialidade, surgiu dois dias antes, altura em que me apercebi de que mesmo que todos escolhessem medicina geral e familiar como especialidade, ainda assim eu conseguia ficar perto de casa. E foi aí, que subitamente, dei conta de que podia ansiar não só por uma vaga perto mas também por uma boa vaga que ficasse perto!
Fiz uma lista de vinte e tal centros de saúde, lista essa em que o primeiro e o segundo lugar lutavam entre si. Qualquer um dos dois tinha suas vantagens, e quis o destino ajudar-me na escolha.
Neste percurso todo posso dizer que sofremos , eu e os meus passámos um mau bocado e na recta final, momento que pensava eu que estaríamos a “depenar em pânico”, estávamos a “depenar cheios de esperança e boa disposição”. A prova disto é a folha com os desenhos de vodu que fiz das pessoas que poderiam ficar com a “minha vaga”.A forma como as escolhas são feitas é estranha.. Chamaram três pessoas, mandaram-nos sentar e escolher. Eu julgava que só um entraria na sala, que caso ficássemos com a pior vaga do mundo e tivéssemos um acesso de choro, caso tudo isso acontecesse, só as pessoas da ACSS é que assistiriam a tal coisa..mas não é assim..
Assim que a rapariga antes de mim disse que escolhia anatomia patológica , eu e a rapariga que escolhia depois de mim, ficámos eufóricas. Entretanto, quando dei conta que a senhora não conseguia encontrar a vaga que eu pretendia no computador lá entrei em pânico de novo...pânico que terminou com célebre e tão esperada frase:
“ Dra, a vaga é sua.”
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Obrigada a todos os que torceram por mim, aos que intercederam por mim, aos que sofreram e que suspiraram de alívio comigo.
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