sexta-feira, 8 de julho de 2011

Optimus Alive - 6 julho

Não sei quem raio construiu o cartaz do 1 dia do Optimus Alive..mas quem o fez, devia ser processado. Depois de ler a crítica que coloco de seguida, fiquei mais satisfeita com a minha indignação: existe mais gente que pensa como eu. Se não fossem os coldplay, acho que este dia teria estado completamente às aranhas...
Bem, focando-me no concerto da noite, o dos Coldplay. Chris Martin nao desiludiu: ouví-lo ao vivo reforçou o que já sabia, ele canta muitíssimo bem, e tem aquela voz que apesar de não parecer é única. Cantaram muitas músicas antigas, tive pena de não terem cantado o "Spies", e limitaram-se a cantar..o que enfim, tornou as coisas um pouco mais pobres. Até mesmo a despedida foi algo meio "apressada" (algum deles devia ter a bexiga cheia..ou então anda com urgencia miccional..). E cantaram pouco. muito pouco para quem foi só ver Coldplay. Sair às 11.30 de um festival é crime! Mas pronto, como tinha banco no dia seguinte, até deu algum jeito...
E agora vou ver se descanso que amanhã é dia de casório (se não fosse o casório, garanto-vos que estaria hoje no alive!..ai, meus lindos 30 seconds...), e há muita coisa para fazer.

Uma pequena nota de rodapé: os carpetes mágicos da fini não valem nada...

"Optimus Alive, Dia 1: Rock In Rio Tejo
T: Davide Pinheiro F: Ruben Viegas

O Optimus Alive cresceu em todos os sentidos e, graças ao contributo dos Coldplay, ganhou um conceito familiar que até hoje não lhe conheceramos. A banda de Chris Martin deu um concerto à U2 depois de uns Blondie terem embaraçado a própria memória. No palco Super Bock, James Blake e Anna Calvi brilharam.

É no concelho de Oeiras que habitualmente se joga a final da Taça de Portugal. Nem a contestação de dirigentes com influência tem impedido que a «festa rainha» se jogue poucos quilómetros a norte do Passeio Marítimo de Algés mas no arranque da quinta edição, o Optimus Alive lembrou os dias em que o rock ia ao estádio.

Culpa de um cartaz desequilibrado que apresentava nomes absolutamente desconhecidos (Grouplove), erros de casting no espaço maior do recinto (Twilight Singers às 6 da tarde) e uns Blondie decrépitos que, valha a verdade, já se tinham estampado mesmo antes de enfrentarem a multidão.

Das 52 mil pessoas anunciadas pela organização, a grande maioria foi ver os Coldplay e não saiu desiludida com o concerto à U2 da banda de Chris Martin. O desfilar de êxitos foi intercalado com revelações corajosas de canções que irão figurar num novo álbum ainda sem data nem título.

As projecções em câmara lenta repetiram o efeito provocado pelo vídeo de «Viva La Vida», com enxertos cromáticos para nos levar a crer que, nesta altura do campeonato, os Coldplay não são mais a banda que se alimenta do meteorologia agreste.

Foi um concerto sem grandes cometimentos - o maior foi mesmo a estreia de alguns inéditos em Portugal, com o novo single «Every Teardrop Is a Waterfall», mais conhecido popularmente como «Ritmo de la Noche» a ser guardado para o final.

Final feliz para a banda e para o público: ambos encontraram o que procuravam numa hora e meia familiar com muitos beijos, abraços, tentativas de chamadas de telemóvel (a rede não ajudou) e, por consequência, o Optimus Alive a aproximar-se do Rock In Rio em ano de abstinência do festival da Bela Vista.

A eficácia dos Coldplay não deve ser menosprezada, a partir do momento em que, imediatamente antes, os Blondie destruiram toda uma memória - com 30 anos, é certo - numa apresentação embaraçosa em que Debbie Harry mais parecia uma ave rara vinda de outro planeta e aterrada em Algés, sem saber porquê.

A transformação de clássicos como «Call Me» em rock FM do mais vulgar foi uma operação plástica que todos prefeririam não ter assistido. O desastre foi ainda maior quando se atiraram a uma versão embaraçosa de «Fight For Your Right To Party». Que mal fizeram os Beastie Boys para sofrer tamanho ataque?

Na verdade, o falhanço rotundo dos Blondie já era esperado mas os erros de casting não ficaram por aqui: quem são os Grouplove para estarem no palco maior de um festival que tem sido referenciado em guias como os do NME e da Pitchfork? E colocar os Twilight Singers no mesmo espaço às 6 da tarde é como querer fazer de um suplente do Gil Vicente titular da selecção nacional.

Enquanto isso, no Palco Super Bock houve motivos para entusiasmo. Anna Calvi provou que é muito mais do que um hypeda imprensa britânica contaminado no resto da Europa. Um concerto seguro com um som elegante mas de risco em que a fleuma do disco se tornou ainda mais intensa.

Tal como em disco, James Blake é meio bicho e fogo. O silêncio instalado respeitou o espaço que a sua música necessita mas há canções difíceis de defender dentro de uma ideia de conspurcação da forma e do sentido. Ainda assim, os perigos que uma estreia num festival em que a algazarra é permanente não se confirmaram e a transição do quarto para o palco não correu nada mal.

A uns prometedores Naked & Famous, uma das revelações da primeira noite, seguiram-se uns desinteressantes Avi Buffalo e uns Mona que não entraram....na mona apesar do rock musculado anunciar outros voos. Patrick Wolf abriu caminho para um final em que Example se deve ter surpreendido com tantos fãs portugueses. Mas eram só os que não queriam abandonar o recinto logo após o ritmo nocturno dos Coldplay."

1 comentários:

caxemire disse...

Também fiquei desiludida com os colplay, tinham um espectáculo muito bem organizado a nível de efeitos visuais.
Mas faltou presença à banda, interacção com o público e tempo. O alinhamento não contemplava as minhas canções favoritas, mas é isso é natural.
Não gostei que tivessem tocado tantas músicas novas, ninguém as conhece, não dá para aproveita-las da mesma forma que aproveitaríamos outras mais antigas. Mas pronto, estão a tentar vender o seu peixe.

A cerca dos blondie, o alinhamento era horrivel, ninguem estava lá para os ver, podiam ter puxado mais dos clássicos. E a qualidade de som estava muito má, mas acho que isso já não é culpa deles.