quinta-feira, 12 de novembro de 2009

“Há algum médico na sala?”

quinta: dia de banco. 8h na enfermaria, fazer a visita, passar analises, tirar sangues, rever Terapeutica (algo que gostaria de entender), fazer pensos, fazer diários, atirar-me à maquina do café para manter os olhos abertos (o que vale é que está mesmo à porta do serviço), fazer notas de alta, ajudar os que estao mais atrasados, receber uma doente que veio sabe-se la de que medicina veio, marcar Eco, Cpre, ou o raio que o valha, almoçar.

Reuniao de esclarecimento da tese de mestrado, sessão ou lá como aquilo se chama.

Banco! Directos, SO, PC, Gabinete de atendimento.

Muitos doentes, muito pouca acção. Não que não tenha acontecido nada de interessante, mas todas as coisas interessantes foram dadas as iacs de outra equipa. conclusao, andamos a segurar paredes ou a fazer trabalho de escravo: traz isto, segura isto, compressas, …

Conclusão, assim que pude lá vim para casa, e uff!! Consegui sair cedo! sair de lá um pouco antes das 20h é obra prima! =D fantástico!!

….pena o dia ter sido uma seca…

“oi, só para avisar que vou chegar mais cedo a casa. daqui a uns minutos tenho comboio”

Ai! casa, um banhinho quente..hum…comidita da mae! …Zzzzz…Zzzz….

(grande chiar!!) “Eh la, que aconteceu?”

Perto do Pragal, bem perto, o comboio decide parar abruptamente: “Senhores passageiros, estamos parados porque um dos passageiros encontra-se a passar mal. Se existir algum médico pede-se que se dirija à primeira carruagem”

“Ai…médico? pois…eu não sou médica…mas…também não sou ignorante. E…e…e se posso ser útil? Ai!!! que coisa! Bem, toca a ir”

A partir do momento em que decidi ir, foi tudo muito rapido. Foi um levantar com toda a gente a olhar, e pronto, a dizer “ é por ali doutora” (qual doutora qual quê…estudante! ESTUDANTE!), encontrar um senhor estendido no chão e começar a “fazer” algo.

Confesso, pouco ou nada entendo destas situações e aparentemente tenho um iman para elas. é a terceira vez que sou confrontada com algo semelhante. Desta vez foi uma crise convulsiva.

Poderao ficar com a ideia de que fiz algo de útil. acho que a minha utilidade foi manter o perigo longe (malta que decide oferecer agua ao senhor, etc..). também….que raio haveria de fazer? posiçao lateral de segurança, ah e tal, sei la! O que me valeu é que existia alguem que aparentemente tb entendia algo do assunto. portanto, foi uma mistela de actos :P

Se alguém quiser pagar-m um curso de socorrismo agradeço: acho que preciso de tal!

5 comentários:

Meitantei Freed00my disse...

Tinha mesmo a impressão que o importante era manter a pessoa quieta e evitar o engraçadinhos que decidem abana-los, dar-lhes liquidos e torcer-lhes o pescoço lol.

Fizeste o que podias e sobreviveu! Deixa la foi bem mais grave quando na sessão de distribuição de diplomas da Faculdade de Medicina de Lisboa alguém perguntou se havia um médico e só a anatomia patológica respondeu :D

And disse...

Boa acçao do dia :D

Ana disse...

ou, talvez - "há algum médico no comboio??" seria um título mais adequado!

Espero que o sr. tenha ficado bem. E n te sintas mal por n teres feito muito - não há mesmo muito a fazer em casos de crises convulsivas no meio de um comboio. Impedir que dêem água e enfiem meias na boca já é bastante!

caxemire disse...

agora imagina a situação quando fores mesmo médica :D

fortissimo ;)

Ipanema disse...

Tu tens iman para essas situações!

Mas de qualquer maneira, só o facto de te levantares já foi um acto heroico :P

Parabens doutora (estudante vá:P) *