sexta-feira, 13 de junho de 2008

Foi há um ano...

… que tudo mudou.

Na altura a dor da perda pareceu-me insuportável, impossível de apagar. Por longos dias, foi como uma pedra que esmagava e amargurava o meu coração. Quis parar, mudar o que estava feito, fazer o tempo voltar para trás.
Mas o tempo não parou, continuou impiedosamente, obrigando-me a reagir a uma velocidade que para mim foi desumana.

Precisei de uma janela para respirar, de canto para desabafar; tinha a mente preenchida de pensamentos que precisava de libertar. Comecei a escrever...

Escrevi, escrevi e a cada palavra que passava mais força tinha para lutar contra as lágrimas que saíam dos meus olhos. E assim nasceu simbolicamente Silverdrop.

14 de Junho de 2007
São nestes dias que nos apercebemos do valor da vida, do valor que os outros têm para nós, do quão deveríamos ter feito...e a cada vez que isso acontece sou invadida por uma vontade de chorar amarguradamente... e a cada vez que tento parar, mais impossível parece ser...
Sei, ou penso que sei... hoje parece difícil, impossível mas é por estar fresco que é assim; como uma ferida, vai levar tempo a cicatrizar, a fechar, a terminar...e enquanto isso não acontecer não vou poder descansar nem retomar a normalidade
Só me ocorre na cabeça o quão podia ter feito, o quão quis fazer, o quão devia ter feito... (…)
Enquanto podemos não dizemos o que sentimos, não falamos do que realmente importa, perdemos tempo com inutilidades, gastamos palavras com trivialidades...”


22 de Junho de 2007
Lembro-me do que a filha dele me perguntou “É mentira não é?”
A morte é estranha, parece quase irreal, algo inconcebível na minha mente.
Ainda há pouco tempo ele estava vivo, estava a chamar por nós, a falar connosco…e agora, assim, de repente, toda a vida nele existente evapora-se…
Acho que com o passar do tempo, cada vez mais parece uma situação irreal; tenho a sensação de que se pegar no telefone do outro lado ainda posso encontrar a sua voz, as suas piadas brincalhonas, a sua preocupação pela minha pessoa. Cada vez mais parece um pesadelo do qual ainda tenho esperanças de acordar…
Quem me dera que fosse…
São várias as coisas no meu dia a dia que me levam a recuar no tempo, a recordá-lo, e infelizmente a cada vez que acontece mergulho num mar de tristeza…tristeza de não ter tido mais tempo…E nestes momentos só mesma a sensação de que tudo isto é mentira é que dá algum conforto ao meu coração…”

4 comentários:

Unknown disse...

não sabia que tinha sido uma situação triste que deu origem a este blog... mt interessante ;)

sofia disse...

O meu blog nasceu também numa altura complicada para mim e renasceu, pouco tempo depois, na fase mais triste e mais difícil da minha vida. É por isso que cada palavra escrita vem directamente da minha alma, reflecte-me sem preconceitos e sem vergonhas.
A perda marca as viragens mais importantes das nossas vidas. Faz-nos ver o mundo sob um prisma completamente diferente, aceitar as diferenças dos outros e dizer-lhes mais vezes o quanto os amamos. O preço a pagar é grande, são muitas lágrimas e muitas angústias, momentos mudos em que nada nem ninguém pode eliminar o sofrimento. A humildade que daí decorre faz-nos perceber que a vida não é nem nunca será justa, que cada momento deve ser aproveitado como se fosse o último e que estar aqui é a coisa mais valiosa que existe. Das cinzas renascemos mais fortes mas nunca, jamais, esqueceremos as chamas tristes que nos consumiram.
Porque gosto de ti*

Tiago Lopes disse...

exato o sal seja no k for k se queira cozer deve-se sempre juntar o sal so depois de ferver pois atrasa a fervura e o gas ta caro!!!lol.
julho e agosto nao vou colocar no blog o menu do mês pois vou ter estagio no sheraton.

caxemire disse...

foi há um ano, mas parece que foi há muito menos...